Lere pede ao Governo que trate jovens no estrangeiro com dignidade

(Reportagem Guilhermino Ramos)

DÍLI (Media ONE Timor) – O Executivo deve dar particular atenção à situação dos jovens timorenses que pretendem sair do país para procurar uma vida melhor, disse o ex-Chefe de Estado-Maior-General das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), o Tenente-General Lere Anan Timur.

“Vê-se nas notícias dezenas de jovens timorenses, em Portugal, a pernoitarem nas bermas das estradas, nos corredores e escadas de pensões. Que falta de dignidade. O Governo deve, por isso, tomar medidas urgentes no sentido de pôr termo à situação degradante”, afirmou ex-Chefe de Estado-Maior-General das F-FDTL aos jornalistas, à margem do encontro com o Presidente da República, José Ramos-Horta, na quinta-feira (14/07/2022), no Palácio Presidencial.

Lere lembra ainda que o objetivo da reunião com o Chefe de Estado é discutir a atual situação política do país, sobretudo no que toca a ida dos jovens rumo ao estrangeiro à procura de um trabalho melhor remunerado.

O ex-Chefe de Estado-Maior-General das F-FDTL fez, de igual modo, um apelo ao Executivo para debater com as agências de viagens responsáveis pela sua deslocação ao estrangeiro a questão de forma a evitar a ocorrência de eventuais crimes organizados e de tráfico humano.

“Existem inúmeras agências de viagens no país que auxiliam os timorenses a deslocarem-se ao estrangeiro para trabalharem lá. Contudo, constatámos que ao chegarem lá, depararam-se com muitas adversidades ao ponto de dormirem ao relento. Esta situação deixa-nos muito preocupados”, referiu.

Lere sustenta, como tal, a importância de o Executivo pôr fim ao problema, uma vez que as remessas de emigrantes timorenses são a principal fonte de receitas não-petrolíferas do país.

“O Governo de Timor-Leste e Portugal devem celebrar um acordo de programa laboral, tal como acontece com o envio de trabalhadores timorenses para a Austrália e a Coreia do Sul que estão ao abrigo de uma cooperação”, sublinhou.

Horta: Palácio Presidencial precisa de força de reserva

O Tenente-General reformado recorda ainda que, além da discussão sobre a ida dos jovens ao estrangeiro, foi debatida a questão relativa ao desenvolvimento das forças armadas.

“Durante a reunião, debatemos igualmente o desenvolvimento militar, em particular no que respeita ao reforço da capacitação de meios humanos”, referiu.

Em resposta à preocupação de Lere, o Chefe de Estado defende a necessidade de existir uma força de prevenção.

“É importante que haja uma força de reserva para garantir a segurança na Casa Militar do Palácio Presidencial”, disse. (Acesso no Youtube/Facebook https://www.facebook.com/Media1Timor Media ONE Timor)